terça-feira, 8 de julho de 2008

O meu ex-namorido (mistura de namorado e marido), defendia a tese de que todas as mulheres tinham o pé no lesbianismo. Era só ter uma hipótese… uma oportunidade…. ou coragem!
Na época, eu batia o pé (na verdade ele estava a mandá-las verdes para apanhar maduras… queria mesmo era ver a minha reação para conseguir dormir comigo e outra tipa - o velho fetiche dos homens!), na maioria das vezes, achava os argumentos dele engraçados e até convincentes. Embora na hora H, mesmo, não significassem muita coisa.
Grande parte tinha pouca ou quase nenhuma relação com o sexo em si: as mulheres gostam do cheiro das mulheres, as mulheres (se não estiverem apaixonadas) geralmente preferem a companhia das mulheres, olhamos para o rabo, o peito e outras partes do corpo das nossas “amigas”, geralmente quando vamos sair arranjamo-nos mais para as outras mulheres do que para os nossos respectivos companheiros, etc. etc.
Bom, sabemos que tudo isso tem a sua parcela de verdade, mas daí a afirmar que todas as mulheres nascem lésbicas, vai muita diferença. O facto é que essa discussão (que durou cinco anos e não lhe rendeu a oportunidade que tanto desejava), me chamou a atenção para os meus próprios desejos.
Sempre soube que as mulheres me atraíam , mas não que isso tivesse relação com minhas preferências sexuais. Excitava-me o corpo feminino - mas era só. E fazendo uma análise do passado, um retrocesso à infância, recordei que o meu primeiro beijo na boca foi com as minhas primas! Sim, “ensaiando”. Mas, ainda sim, foi bemmmmm real… para um ensaio..!
Depois disso e em toda a fase da adolescência, nem sequer pensei no assunto (embora me recorde que a minha mãe achou que eu e a minha melhor amiga éramos próximas demais. Na realidade, era um relacionamento possessivo, de ciúmes de melhor amiga. Mas, novamente, não tinha absolutamente nada de sexual).
Já “casada”, a mania dele por pornografia (especialmente de miúdas com miúdas) despertou-me o interesse por entender melhor esse desejo. A minha única certeza era que, de vez em quando, excitava-me pensar em mulheres na hora do sexo. Mas, nunca ousei achar que fosse mais que isso. E nunca sequer ele soube disso. Se soubesse estava perdida. Ele não desistiria…
Durante o tempo que durou o relacionamento, o que era uma idéia remota passou a ser um desejo. A verdade é que ele contribuiu para isso. E, fazendo um mea culpa aqui, nunca fui muito adepta da monogamia, o que me abriu um leque de idéias na cabeça. Os dois relacionamentos extra-conjugais que tive foram com homens. Até que o desejo passou a dominar os meus pensamentos. Parece maluquice. Passei bem uns três anos só a pensar nisso. Até que um dia tive que olhar para o espelho e dizer: Ok, está na hora de saber o que é que rola!
Como nunca fui medrosa e sempre fui um tiquinho impulsiva, um belo dia inscrevi-me num site desses, para conhecer meninas. Frequentei vários sites. E, depois de algum tempo, a possibilidade de encontrar alguém interessante (e que não me achasse uma tola, afinal, eu nunca tinha me envolvido com mulheres), era praticamente remota.
Até que um dia apareceu uma miúda. Linda, mesmo nível cultural, inteligente, interessante, morava perto do meu trabalho e melhor: também nunca tinha tido qualquer experiência com mulheres. Era perfeito demais. E era real. Depois de dois meses de troca de emails (que não eram sobre sexo, o assunto girava sempre em torno da curiosidade de saber como era), resolvemos encontrar-nos. Fomos almoçar juntas.
No dia, embora ela seja fisicamente muito bonita, não me despertou grande atenção sexual (não sei se foi medo ou típico físico mesmo), mas, era tão perfeita que decidi seguir adiante. Estava envolvida com a história e o meu desejo falava mais alto. Não rolou absolutamente nada (obviamente, as duas tinhamos receios). Mas, marcamos um segundo encontro. Desta vez, no apartamento dela. Saí do trabalho e fui decidida a resolver a “questão”.
Cheguei lá, ligamos a TV, conversamos, vimos fotos, e ela falou, falou, falou. Eu pensei: “Bem, estamos aqui para conversar ou para saber como é?”. Tenho que confessar que, embora eu seja bem “mulherzinha” (no sentido de ser feminina), me senti um verdadeiro gajo. Eu tinha que ter a iniciativa. E tive.
Rolaram váriosssssssss beijos. Mãos, seios, mas sexo mesmo, nada! Eu tinha que ir embora. Ficamos de marcar um novo encontro. Eu ia dormir em casa dela. A história não foi para a frente, não passou daí por vários motivos (que só eles dariam um post), mas o facto é que finalmente e, pela primeira vez, comecei a descobrir um mundo novo. Totalmente excitante. Tive outras experiências - e, aí sim, com sexo -, ainda morando com o ex. O relacionamento acabou (não por isso, é claro), e ele nunca soube.
Nesta questão, sou completamente grata a ele. As brincadeiras deram-me coragem de pensar num assunto “totalmente proibido”, mas que estava ali, guardadinho, na minha caixa de desejos. Mesmo depois de ter tido algumas experiências e não poder mais negar para mim mesma que na realidade eu tinha era muito tesão por meninas, passei ainda uns três anos achando-me completamente heterossexual.
Não sou. Hoje, posso dizer, com toda a tranquilidade, que sou bi e que algumas (e não qualquer mulher) mulheres me atraem. Mas, esse foi um processo loooooooongo.
E, então, todas as mulheres têm um pé no lesbianismo?

9 comentários:

Zé dos Anzóis disse...

Olha eu não achei graça nenhuma a esta história, porra um gajo já tem que enfrentar a concorrência de montes de gajos como o Coisinho e o Gaitinhas e os amigos deles, coisa já por si complicada, ficam com as gajas todas para eles e eu a vê-las passar.
Como se tudo isso não bastasse ainda tenho que enfrentar a concorrência desleal duma GAJA, com mamas, cu, pernas e provavelmente uma cara muito mais bonita que a minha.
Fonix, assim não dá...
Miga há tanto gajo bonito!
Za

migadamiga disse...

Za, imagine-me a descalçar as minhas luvas brancas, juntá-las como se de uma só se tratasse, para em seguida o esbofetear... Considere-se desafiado! ;)

zmsantos disse...

Bem, pelo menos deixámos a guerra dos sexos, na sua vertente tradicional macho/fêmea.
Não tenho nada contra uma mulher encima doutra mulher (assim como um homem encima doutro homem)e tudo se resume à constatação de que "se estás bem, deixa-te estar"
O que mais me custa a aceitar é o despojamento da feminidade (ou da masculinidade) de certas mastronças ou mastronços que se pavoneiam, fazendo de conta que são, aquilo que não conseguem ser.
Quanto à concorrência desleal, meu caro Za, até elas (quando são mesmo elas) a fazem. Nós, os gajos, regemo-nos por boas práticas, e onde canta um galo, não canta outro.Às vezes temos é azar, houve alguém que chegou primeiro...

MisteriosaLua disse...

Estava a ver que não davas um arzinho da tua graça, Miga..

Za, até pareces uma pessoa importante, carago! Quanto ao desafio, aguenta-te!

Zm, tou contigo!

A CONCORRÊNCIA disse...

Cá para mim isto é copiar o que acontece com os animais irracionais,só que neles é por necessidade, quando há falta de fêmeas ou de machos, alguém tem de ceder e passar-se para o outro lado.Ora o que não falta por ai são gajos e gajas. Cá por mim passem-se para onde quiserem, não me afecta minimamente, quem não está nada interessada nessa passagem sou eu. Por isso Miga só espero não fazer o teu genero, se não ainda eras muito bem capaz de ter algum desgosto. Cumprimentos ... cordiais !

Zé dos Anzóis disse...

Migadamiga desafio aceite, devo desde já informá-la que também vou usar luvas brancas, mas de latex.
Devo ainda lembrá-la que sou do Couço e como se diz na minha terra “enquanto houver luva no dedo não há Miga que meta medo”.
;)
Za

migadamiga disse...

Gosto de pessoas que não fogem aos desafios!
E aí está, Za, uma coisa que nós, mulheres que trucam com mulheres, não precisamos: luvas no dedo!
Na sua terra diz-se isso?? Na minha, diz-se " Adorei! Dás-me mais?" ;)

Anónimo disse...

Ohh Zá tás feito ao bife e ficaste sem resposta, que é a pior coisa que um gajo pode fazer, moço não quero que tu fiques embaraçado, toma lá uma ajudinha, porque não lhe respondes: " Pera aí um bocadinho, deixa lá calçar a outra luva"

zmsantos disse...

É pá! Gosto dessa história da luva. Rima com vulva...